10 abril 2010

Crônica Jornalistíca

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse, na manhã desta terça-feira (6), durante uma coletiva de imprensa no Detran, no centro da cidade, que a chuva das últimas 24h foi a maior desde 1966. Segundo ele, nas últimas 24h foram registrados 288 mm e, em 1966, 245 mm. Paes fez um alerta e pede que toda a população que vive em encostas saia de casa e procure abrigo em lugares seguros, como na casa de parentes.

Dia desses li em um Blog não muito conhecido, a opinião de um senhor revoltado com uma declaração ouvida por ele do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde o mesmo chamou as chuvas que ocorreram no Rio de Janeiro de catástrofes.

Até posso concordar com esse pensamento simples. Porém, chuva não me parece catástrofe. Catástrofe, para mim, é terremoto, tsunami. Chuva não. Mas quando as cidades não estão cuidadas e as autoridades não respondem com as devidas providências de forma correta e em tempo hábil, chuva passa sim a ser catástrofe. A incompetência governamental a torna uma catástrofe.

Não consigo entender como o Rio de Janeiro ainda sofre com estas coisas. A chuva varre a cidade em questão de horas. E tudo isto porque o desleixo das autoridades é deveras devastador. A omissão dos serviços públicos é clara. A desatenção do governo federal está a flor da pele. E isto com um governo carioca, que baba na gravata de nosso presidente, que chora pelo Presal e faz passeatas para recuperar o que o Governo toma.

Não nos utilizamos da política preventiva. Depois que a coisa acontece é que recebemos socorro.

Existe a tese de que o Brasil será a quinta economia do planeta. Mas me pergunto. Então para onde está indo todo este incentivo verde que entra? Afinal ninguém é a quinta economia do mundo sem dinheiro, muito dinheiro.

Na minha opinião, estamos regredindo. Principalmente em nossas grandes cidades. Moro em São Paulo, que não deve nada a qualquer outra grande capital do mundo, mas quando chove, passamos por um sufoco. O trânsito que já é trágico por si só, para de vez. Só as motos se movimentam, na verdade, só os muito corajosos se movimentam, pois verdadeiras ilhas se criam em uma cidade que não possui mar!

Será que um dia resolveremos esse problema das chuvas em nossas metrópoles? O que é necessário fazer? Algum político carioca já se deu ao trabalho de explicar? Ao invés de esclarecer os problemas culpando os moradores de áreas de risco de construírem suas casas nesses lugares, deveriam dar condições aos mesmos de construir em lugares seguros, dignos de se morar.

Chamar chuva de catástrofe é um completo desconhecimento de causa. É muito fácil dizer que as pessoas são culpadas, é o mesmo que dizer que elas gostam de morar em morros, em encostas, em favelas.

Infelizmente, pude presenciar uma tragédia parecida, ainda nesse ano de 2010 em Angra dos Reis. Tudo que se falava era que as pessoas é que estavam erradas, que sabiam que algo ocorreria breve, mas não saiam de suas casas. Ora essa, você trabalha como um cão desde cedo, constrói uma moradia para sua família e de repente se vê forçado a deixar sua casa? É óbvio que haverá uma indignação. Se era proibido construir ali, porque a prefeitura dessas cidades não interferiu no início? Por que deixar a obra se concretizar, os gastos serem reais, uma tragédia acontecer para só então se pronunciar?

Não possuo conhecimento técnico suficiente para dizer o que deve ser feito. Apenas tenho paciência de esperar que algo seja feito, porque não dá mais para empurrar este problema com a barriga. Quantas vidas serão perdidas para que se possa resolver de uma vez o problema?

Hoje, centenas. Amanhã...


Daiana Santos

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